Em pauta - Parques eólicos gaúchos geram mais de 1 milhão de ativos de carbono
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Por ASCOM AGERGS
Os gigantescos “cata-ventos” de Osório são o sinal de que a praia já está perto. E mais do que isso: depois de quase duas décadas de operação, são a prova de que a energia eólica dá certo e gera créditos. Administrado pela Enerfín do Brasil, filial da espanhola Elecnor, os parques de Osório e de Palmares são grandes geradores de créditos de carbono. Com os parques eólicos no Rio Grande do Sul, mais de 1 milhão de créditos foram registrados pela Enerfín, sendo 25% comercializados desse montante.
Com a crescente preocupação do mundo para com os combustíveis fósseis, a matriz eólica tem sido barateada – possui o menor custo entre as renováveis – e difundida cada vez mais. Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), no início do ano o Brasil teve aumento de 55,2% na geração de energias movidas a vento.
A geração eólica cresce sistematicamente em todo mundo desde 2008, segundo dados da rede REN21, grupo que controla a adoção de energias limpas no mundo. No Rio Grande do Sul, o Parque Eólico de Osório é o segundo maior da América Latina.
Como explica o diretor da Enerfín do Brasil, Felipe Ostermayer, o processo de certificação começou em 2006 e envolveu a contratação de uma consultoria que prestou serviços para registro do Projeto de Osório junto à ONU, na modalidade Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).
Posteriormente, em 2018, a empresa retomou o processo e optou por buscar a certificação internacional I-REC Standard, um sistema de reconhecimento menos burocrático e desenvolvido para facilitar a contabilidade de carbono, mas que também é compatível com vários padrões internacionais.
Conforme o consultor Eduardo Baltar, diretor da Ecofinance, os projetos, desde sua concepção até a aprovação, levam no mínimo um ano no caso dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL), emitidos com o aval da ONU. Já no mercado voluntário, o registro demora de seis a nove meses.
No caso do Parque Eólico de Osório foram quatro meses de auditoria, o que é relativamente rápido, afirma Ostermayer. “O processo de comercialização é uma atividade contínua, a empresa mantém contato frequente com agentes comercializadores (brokers) no país e exterior. A procura para aquisição dos certificados cresce, assim como o universo de clientes interessados para mitigar os seus impactos de emissões de GEE”, afirma Ostermayer.
Embora o valor dos créditos tenha caído desde o boom do mercado, em meados de 2006, quando chegou a custar US$ 15, o diretor da Enerfín do Brasil acredita que o custo benefício da certificação é válido pelo acréscimo na renda e pela questão ambiental.
“Desde o princípio das atividades, reconhecemos a importância da redução de gases formadores do efeito estufa associadas à geração de energia eólica. Além disso, há uma expectativa de valorização dos créditos para os próximos anos com a crescente ampliação de interessados em participar deste mercado”.